HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO.
Breve Time-line
A história da Administração surgiu há muitos séculos, em torno do ano 5.000 A.C., na Suméria, quando
seus antigos habitantes procuravam uma maneira para melhorar a resolução de problemas. Vem daí o surgimento da arte e do exercício de administrar.
Depois no Egito, Ptolomeu planejou e
dimensionou um sistema econômico que não poderia ter-se operacionalizado sem
uma administração publica sistêmica e organizada. Em seguida, na China de
500.A.C., a necessidade de se ter um sistema organizado de governo para o
império, a Constituição de Chow, com 8 (oito) Regras de Administração Publica
de Confúcio, exemplificam a tentativa chinesa de definir regras e princípios de
administração, (1-O Alimento, 2- O mercado, 3- Os Ritos, 4- O Ministério do
Emprego, 5- O Ministério da Educação, 6- A administração da Justiça. 7- A
Recepção dos Hospedes, 8- O Exército).
Apontam-se
ainda outras raízes históricas. As instituições otomanas, pela forma como eram
administrados seus grandes feudos. Os prelados católicos, (Prelado é a autoridade
eclesiástica que, na Igreja Católica, tem o encargo de governar ou dirigir uma
Prelatura ou Prelazia. É o ordinário da Prelatura,designam-se, além do Romano
Pontífice, os Bispos diocesanos e os outros),já na Idade Média,
destacando-se como administradores.
Na Alemanha e na Áustria, de 1550 a
1700, através do aparecimento de um grupo de professores e administradores
públicos chamados de Fiscalistas ou Cameralistas. Os mercantilistas ou
fisiocratas franceses,valorizavam a riqueza física e o Estado, pois ao lado das
reformas fiscais preconizavam uma administração sistemática, especialmente no
setor público.
Na
evolução histórica da administração, duas instituições de destacaram: a Igreja Católica Romana e as Organizações
Militares.
A Igreja pode
ser considerada uma organização mais formal, mais eficiente da civilização
Ocidental. Através dos séculos vem mostrando e provando a força de atração de
seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas,
espalhando-se por todo mundo e exercendo influência, inclusive sobre o
comportamento pessoal de seus fiéis.
As Organizações Militares, evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros
medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até os tempos
modernos com uma hierarquia de poder rígida e adoção de princípios e práticas
administrativas comuns a todas as empresas da atualidade.
O
fenômeno que provocou o aparecimento da empresa e da moderna administração
ocorreu no final do séculos XVIII e se estendeu o longo do século XIX, chegando
ao limiar do século XX. Esse fenômeno, que trouxe rápidas e profundas mudanças
econômicas, sociais e políticas, chamou-se REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
A revolução Industrial teve inicio na
Inglaterra, com a invenção da maquina a vapor por James Watt, em 1776. A
aplicação da maquina a vapor no processo de produção provocou um enorme surto
de industrialização, que se estendeu rapidamente a toda Europa e Estados
Unidos. A revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira
fase de 1780 a 1860. É a revolução do carvão, como principal fonte de energia,
e do ferro, como principal matéria-prima. A segunda fase de 1860 a 1914. É a
revolução da eletricidade e derivados de petróleo, como as novas fontes de
energia, e do aço, como a nova matéria prima.
E a moderna administração surgiu em
resposta as duas conseqüências provocadas pela Revolução Industrial:
a-) Crescimento acelerado e
desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração cientifica
capaz de substituir o empirismo e a improvisação;
b-) necessidade de maior eficiência e
produtividade das empresas, para fazer face à intensa concorrência e competição
no mercado.
O difícil é precisar até que pontos
os homens da Antiguidade, da Idade Média e até mesmo do inicio da Idade Moderna
tinham consciência de que estavam praticando a arte de administrar.
No inicio do século XX, surge
FREDERICK W. TAYLOR, engenheiro americano, que apresentou os princípios da
ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA e o estudo da ADMINISTRAÇÃO como CIÊNCIA.
Conhecido
como o precursor da TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA, Taylor preconizava a
prática da divisão do trabalho, enfatizando tempos e métodos a fim de assegurar
seus objetivos, a máxima produção com o mínimo de custo seguindo os princípios
da seleção cientifica do trabalhador, do tempo padrão, do trabalho em conjunto,
da supervisão e da ênfase na eficiência. Talvez, surge aí, isso segundo o meu
entendimento, também as relações
humanas, onde o bem estar dos trabalhadores
era um dos fatores para o bom funcionamento da organização e o alcance dos
objetivos traçados por ela.
Nas
considerações da ADMINISTRAÇÃO CINETIFICA de Taylor, a organização é comparada
a uma máquina, que segue um projeto pré-definido; o salário é importante, mas
não é fundamental para a satisfação dos funcionários; a organização é vista de
forma fechada, desvinculada de seu mercado; a qualificação do funcionário passa
a ser supérflua em conseqüência da divisão de tarefas que são executadas de
maneira monótona e repetitiva e finalmente, a administração cientifica, faz uso da exploração
dos funcionários em prol dos interesses particulares das empresas.
Em 1911, Taylor publicou um livro
considerado como a bíblia dos organizadores do trabalho: PRINCIPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA, que tornou-se um Best Seler no mundo inteiro.
Reconhece-se hoje que as propostas
pioneiras de Taylor deflagraram uma febre de racionalização, que prepararam o
terreno para o advento do CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL, ocorrido ao longo do
pós- guerra.
Propostas
básicas de TAYLOR, as 5
funções essenciais da GERENCIA ADMINISTRATIVA:
1-Planejar -
Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como estes vão ser
alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações
para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de
base diretora à operacionalização das outras funções.
2-Comandar -
Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe-se que as
relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como
administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o
grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos
definidos.
3-Organizar -
É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros
ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.
4-Controlar-Estabelecer
padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas
são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades
desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as
regras estabelecidas e ditadas.
5-Coordenar -
A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das
atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.
Apesar das decorrências negativas
para a classe trabalhadora, que as propostas de TAYLOR acarretaram não se pode
deixar de admitir que, elas representaram um enorme avanço para o processo de
produção em massa.
Paralelo
aos estudos de TAYLOR, HENRI FAYOL que era francês, defendia princípios
semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração.
Enquanto altos executivos europeus estudavam os métodos de TAYLOR, os
seguidores da, ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA, só deixaram de ignorar a obra de FAYOL
quando ela foi publicada nos USA. O atraso na difusão generalizada das idéias
de FAYOL fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem
seus princípios. FAYOL relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos
de TAYLOR, são eles:
1-Divisão do trabalho -
Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da
fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a
produtividade.
2-Autoridade e responsabilidade -
Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão
obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade.
3-Unidade de comando -
Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens.
4-Unidade de direção -
O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de
atividades com os mesmos objetivos.
5-Disciplina -
Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os
funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.
6-Prevalência dos interesses gerais -
Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses
individuais.
7-Remuneração -
Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria
organização.
8-Centralização -
As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.
9-Hierarquia -
Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de
autoridade fixa.
10-Ordem -
Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e
cada coisa em seu lugar.
11-Eqüidade -
A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a
devoção de cada funcionário à empresa.
12-Estabilidade dos funcionários -
Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e
o moral dos funcionários.
13-Iniciativa -
Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.
14-Espírito de corpo -
O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os
integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que
defendam seus propósitos.
As cinco funções essenciais da
gerencia administrativa defendida por TAYLOR, já conhecidas e estudadas nas
escolas de administração, são os fundamentos da TEORIA CLASSICA defendida por
FAYOL. Essa teoria considera: a obsessão pelo comando, a empresa como sistema
fechado e a manipulação dos trabalhadores, que semelhante a ADMINISTRAÇÃO
CIENTIFICA, desenvolvia princípios que buscavam explorar os trabalhadores.
Traçando um paralelo entre a
ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA ,de TAYLOR e a ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA de FAYOL
conclui-se que:
-Enquanto
Taylor estudava a empresa privilegiando
as tarefas de produção, Fayol estudava a empresa privilegiando as tarefas da
organização.
A
ênfase dada por TAYLOR era sobre a adoção de métodos racionais e
padronizados e máxima divisão de tarefas, enquantoFAYOL enfatizava
a estrutura formal da empresa e a adoção de princípios administrativos pelos
altos escalões.
Na história da evolução da
ADMINISTRAÇÃO não podemos esquecer uma contribuição muito importante que foi a
de ELTON GEROGE MAYO, criador da TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS, desenvolvida a
partir de 1940 nos USA e mais recentemente com novas idéias com o nome de
TEORIA DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL. Foi basicamente o movimento de reação e
oposição a TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA, com ênfase concentrada nas
PESSOAS.
Teve como origem: a necessidade de
humanizar e democratizar a administração, o desenvolvimento das ciências
humanas (psicologia e sociologia), as idéias da filosofia pragmática de JOHN
DEWEY e da psicologia DINAMICA DE KURT LEWIN e as conclusões do Experimento de
HAWTHORNE, já estudado e discutido nas escolas de administração.
Em 1932, quando essa experiência foi
suspensa j[a estavam definidos os princípios básicos da Escola de RELAÇÕES
HUMANAS, como: nível de produção como resultado da integração social, o
comportamento social do empregado, a formação de grupos informais, as relações
interpessoais, a importância do conteúdo do cargo e a ênfase nos aspectos
emocionais.
A partir de 1950 foi desenvolvida a
TEORIA ESTRUTURALISTA, preocupando-se em integrar todas as Teorias das escolas
acima, que teve inicio com a TEORIA DA BUROCRACIA DE MAX WEBER, que se baseia
na racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos, para que se tenha o
máximo de eficiência.
Convém ainda mencionar a TEORIA DE
SISTEMAS, desenvolvida a partir de 1970, que passou a abordar a empresa com um
sistema aberto em continua interação com o meio ambiente que o envolve, e a
TEORIA DA CONTINGENCIA, desenvolvida no final da década de 1970. Para essa
teoria a empresa e sua administração são variáveis dependentes do que ocorre no
ambiente externo, a medida que o meio ambiente muda, também ocorre mudanças da
empresa e na sua administração. O chamado Fator externo.
Assim sendo para encerrar os
princípios fundamentais das teorias de TAYLOR, FAYOL, MAYO e WEBER foram e
serão sempre os pilares da evolução e desenvolvimento da ciência da
ADMINISTRAÇÃO, que vem motivando e impulsionando os estudos, pesquisas,
trabalhos e obras de seus seguidores até nossos dias.
A Administração
envolve as empresas, as pessoas que fazem parte delas, as
relações internas entre funcionários, as relações externas, as influências que
o ambiente exerce, a tecnologia e os negócios globalizados. Isso tudo, separada e integradamente, impacta na gestão empresarial e gera externalidades positivas ou negativas nos resultados.
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