Aprendendo a gerir com Mary
Parker Follett
Mais de sete décadas se passaram e seus escritos permanecem tão atuais, sendo o alvo para a busca de soluções perfeitas que orientam a melhor maneira de lidar com pessoas. Assim é aprender com Mary Parker Follett.
Ano
de 1924! Leia o que Follett deixou registrado:
"Ouvimos repetidas vezes no passado: 'Um líder não é feito. Ele nasce líder'. Eu li outro dia: Acredito que a liderança em parte possa ser aprendida. Espero que vocês não deixem que alguém os convença de que não pode ser assim. O homem que pensa que a liderança não pode ser aprendida irá provavelmente permanecer numa posição subordinada. O homem que acredita que pode, irá ao trabalho e aprenderá. Ele pode não vir a ser o presidente da companhia, mas pode ascender de onde está".
Embora seu nome não
tenha obtido repercussão no Ocidente nas décadas de 30 e 40, encantou o
Oriente, principalmente o Japão, pela forma humana com que se importava e
conduzia pessoas.
Não foi à toa que o
memorável Drucker a intitulou de "Profeta do Gerenciamento", mesmo
perante vários conceitos rejeitados, mas que na verdade antecipou-se a tantos
teóricos e estudiosos, que, talvez, não se aproximaram da profundidade e
riqueza das conclusões deixadas através de seus estudos.
As idéias Follettianas foram revolucionárias para sua época,
e, em boa parte, continuam sendo desafiantes até hoje. Ela foi perceptiva ao
enxergar, através do homem-máquina, grandes necessidades, propondo que o ser
humano é capaz de atingir o seu ápice de desenvolvimento e evolução, quando
assume responsabilidades - idéia que caminhava na contramão da corrente
cientifica no início do século passado.
Hoje, quando se fala
em integração entre pessoas, setores, a empresa em si, acredita-se numa
fantástica e inovadora maneira de gerir pessoas, sendo que ainda no início do
século XX, alguém muito especial e com uma visão à frente do seu tempo já
pregava em seus eventos a importância da comunicação, transparência, liderança,
criatividade, empowerment - com o foco em transformar conflitos
em algo produtivo!
Follett foi
pioneira em utilizar o conflito como ferramenta para o desenvolvimento de
pessoas, sugerindo que em vez
de condená-lo, deveríamos trabalhá-lo a nosso favor.
Tinha convicção de
que a maneira mais produtiva de lidar com o conflito é pensar nele como
"não sendo bom, nem ruim", mas como o aparecimento da diferença, de
opiniões, de interesses, o que estimula o ambiente de trabalho num local
criativo e gerador do conhecimento.
Analisando os
interesses de Mary no que se refere à habilidade em lidar com pessoas,
percebe-se a contribuição ao Brainstorming, conhecido como tempestade de idéias.
Acreditava no que batizou como Resposta Circular - a influência que uma pessoa
recebe da outra, que, ao formular uma opinião, injeta uma nova percepção a sua
fala, que, uma vez recebida pela outra pessoa, irá interagir na sua maneira de
pensar, o que resultará numa nova visão.
A partir desse
momento se estabelece um ambiente harmonioso, pois relações entre pessoas
modificam-se constantemente. Follett, acreditava no "poder" das
pessoas, estudou as três maneira de lidar com o conflito e defendia a
integração como a melhor alternativa, na qual a resposta ao dilema não está
concretizada e deve, portanto, ser pensada, inovada e criada - a integração
parte do pressuposto que o conflito existe porque demandas não são atendidas, e
essas demandas não devem ser suprimidas, e sim supridas. Reconheceu que nem
todas as disputas poderiam desse modo ser resolvidas, e que embora seja a
solução ideal, nem sempre é a real, e, portanto, muitas vezes a conciliação e
até mesmo a dominação são as alternativas concretas.
Seus pensamentos
estavam com meio século de evolução, e continuam sendo o grande desafio dos
gestores de pessoas. Quantas vezes, em decorrência de algumas situações,
tememos que alguém nos "roube" o cargo? Então, começa a famosa
falácia - isso é penetrar no mundo do achismo. E o que acontece? O pior
conflito! A dificuldade em lidar com nós mesmos.
Descubra
Soluções Integrativas com Follett
* detalhe todos os aspectos de sua exigência;
* trate o conflito como um problema comum;
* trabalhe em conjunto;
* busque Soluções;
* faça trocas que não impliquem em grandes perdas;
Fique Atento!!!
O que é essencial para a outra parte, poderá não ter
significância para você...
* evite sempre que possível uma situação "ou isto ou aquilo";
* encontre um terceiro caminho;
* mantenha-se RECEPTIVO;
* PROVOQUE mudanças;
* Crie novos valores para a sua organização;
* coloque-se FORA do problema;
* seja INVENTIVO.
* evite sempre que possível uma situação "ou isto ou aquilo";
* encontre um terceiro caminho;
* mantenha-se RECEPTIVO;
* PROVOQUE mudanças;
* Crie novos valores para a sua organização;
* coloque-se FORA do problema;
* seja INVENTIVO.
Ter medo de
mudanças, da diferença - Significa ter medo da própria vida. Follett já
alertava que propostas SENSATAS, mesmo que sejam apresentas por ESPECTADORES
bem-intencionados ? NÃO TERÃO SUCESSO. E quem deverá encontrar a solução? As
próprias pessoas que se encontram envolvidas no conflito!
Mary
Parker Follett - A profetisa do gerenciamento
Mary Parker
Follett nasceu em Quincy, no ano de 1868, e foi uma autora norte-americana que
ficou conhecida como a “profetisa do gerenciamento”. Formou-se em filosofia,
direito, economia, serviço social e administração pública.
Como cientista política, assistente social nos anos 20, afirmava que ninguém pode nos dar a democracia, devemos aprender a democracia. Ela dizia que ser democrata é aprender como viver com outros seres humanos. Para ela o indivíduo não é parte do todo, nem uma peça na máquina, nem tampouco um órgão dentro de um organismo; é de um ponto de vista do Todo, ele mesmo.
Como cientista política, assistente social nos anos 20, afirmava que ninguém pode nos dar a democracia, devemos aprender a democracia. Ela dizia que ser democrata é aprender como viver com outros seres humanos. Para ela o indivíduo não é parte do todo, nem uma peça na máquina, nem tampouco um órgão dentro de um organismo; é de um ponto de vista do Todo, ele mesmo.
Follett usava o conceito de grupo com o significado de associação sob a lei da interpenetração. Suas idéias de construção da cidadania são tão avançadas que, publicadas em 1920 sob o título The New State – Group Organization The Solution of Popular Government, são hoje consideradas futuristas e ela está sendo nomeada mundialmente como a profeta do gerenciamento.
Ela sustenta que a organização moderna precisa, acima de tudo, de pessoas capazes de se unir, não das que se unam sem atritos, mas que possam fazer uso de sua união. Destaca que o indivíduo de negócios bem sucedido de hoje é aquele de inteligência cooperativa treinada. Ela afirma que o mundo deposita um grande valor no indivíduo que é capaz de participar de uma reflexão coletiva e de ações unificadas, havendo posições mais altas oferecidas a ele na empresa e no campo político.
Follett usa o conceito de grupo com o significado de associação entre pessoas, sob a lei da interpenetração. Para Follett, em sua natureza, todas as instituições estão latentes e, necessariamente, devem ser adaptadas a essa natureza. Segundo ela, o ser humano, não as coisas, deve ser o ponto de partida para o futuro. Para ela, um cidadão é alguém que ajuda a realizar o propósito para que esta nação exista. Follett afirma que o cidadão deve também ajudar a criar o propósito.
Follett trata dos seguintes assuntos: Como liderar conflitos? É possível prever conflitos? O que são conflitos construtivos?
Follet foi a primeira estudiosa a introduzir o conceito de circularidade na interação dos seres humanos. E o que é a resposta circular? Ela afirma que as relações entre as pessoas estão em constante modificação, que o simples contato entre duas pessoas que se relacionam já altera a forma como cada uma vê uma questão. Ela propõe que há influências recíprocas e que cada nova percepção ao ser recebida irá alterar a forma como pensa, num ciclo contínuo.
E o que é o conflito construtivo? Follett afirma que existem três soluções possíveis para um conflito, seja ele percebido a priori – que é o chamado conflito construtivo – ou a posteriori – que é o conflito danoso. Follett afirma que as divergências são importantes porque revelam uma diferença de opinião que cedo ou tarde se manifestará, de forma danosa ou não.Quais são as três soluções?
A primeira solução seria a DOMINAÇÃO onde somente um dos lados terá suas exigências atendidas, e assim, o conflito será sufocado. A segunda solução diz que os dois lados cederão e um meio-termo será adotado como solução. A CONCILIAÇÃO é uma alternativa nociva já que nenhum dos lados tem suas reivindicações plenamente percebidas atendidas. A terceira solução é a solução ideal proposta por ela, que é a INTEGRAÇÃO, que parte do pressuposto que o conflito existe porque demandas não são atendidas, e essas demandas não devem ser suprimidas, e sim supridas.
Follett diz que as potencialidades do indivíduo permanecem latentes até que elas sejam liberadas pela vida em grupo. Contruir um grupo, saber criar e coordenar equipes interdisciplinares são hoje pontos fundamentais para o sucesso de um projeto, por este motivo, indivíduos e gestores precisam compreender o poder das vizinhanças, o poder do networking, o poder dos grupos de relacionamento.
Follett morreu no Reino Unido em 1933, sete anos depois da morte de sua companheira Isobel Briggs com qual viveu por mais de 30 anos.
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